O BRASIL NA VISÃO DOS AMERICANOS

TGA



ABORDAGEM NEOCLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO

ATENÇÃO: O LIVRO DE TGA, ESTÁ DISPONÍVEL NO FINAL DA PÁGINA.


O termo Teoria Neoclássica é, na realidade, um tanto quanto exagerado. Os autores aqui abordados (Peter F. Drucker, Ernest Dale, Harold Koontz, Cyril O'Donnell, Michael Jucius, William Newman, Ralph Davis, George Terry, Morris Hurley, Louis Allen, sem contar os autores da escola da Administração por Objetivos), muito embora não apresentem pontos de vista divergentes, também não se preocupam em se alinhar dentro de uma organização comum. Em resumo, os autores neoclássicos não formam propriamente uma escola bem definida, mas um movimento relativamente heterogêneo que recebe várias denominações: Escola Operacional ou Escola do ProcessoAdministrativo. Preferimos a denominação teoria para melhor enquadramento didático e facilidade de apresentação.
Características da Teoria Neoclássica
As principais características da Teoria Neoclássica são as seguintes:
1. Ênfase na prática da administração.
2. Reafirmação dos postulados clássicos.
3. Ênfasenos princípiosgerais de administração.
4. Ênfase nos objetivos e nos resultados.
5. Ecletismo nos conceitos.
 

Vejamos cada uma dessas características.
1. Ênfase na prática da administração
A Teoria Neoclássica caracteriza-se por uma forte ênfase nos aspectos práticos daAdministração, pelo pragmatismo e pela busca de resultados concretos e palpáveis, muito embora não se tenha descurado dos conceitos teóricos da Administração. Os autores neoclássicos desenvolvem seus conceitos de forma prática e utilizável, visando principalmente à ação administrativa. A teoria somente tem valor quando operacionalizada na prática. Quase todos os neoclássicos referem-se a essa prática da Admi-
nistração ou a essa ação administrativa, enfatizando aspectos instrumentais da Administração. A Teoria
Neoclássica representa a contribuição do espírito pragmático americano.
2. Reafirmação relativa dos postulados clássicos
A Teoria Neoclássica é quase como uma reação à enorme influência das ciências do comportamento no campo da Administração em detrimento dos aspectos econômicos e concretos que envolvem o comportamento das organizações. Os neoclássicos pretendem colocar as coisas em seus devidos lugares. E, para tanto, retomam grande parte do material desenvolvido pela Teoria Clássica, redimensionando-o e reestruturando-o de acordo com as contingências da época atual, dando-lhe uma configuração mais ampla e flexível. A estrutura de organização do tipo linear, funcional e linha-staff, as relações de linhaeassessoria, o problemadaautoridade e responsabilidade, a departamentalização e toda uma avalanche de conceitos clássicos são realinhados dentro da nova abordagem neoclássica.

3. Ênfase nos princípios gerais de administração
Os neoclássicos estabelecem normas de comportamento administrativo. Osprincípios de Administração que os clássicos utilizavam como "leis" científicas são retomados pelosneoclássicos como critérios elásticos para a busca de soluções administrativas práticas. O estudo da Administração paraalguns autores, como Koontz e O'Donnell,l The Haiman e outros, baseia-se na apresentação e discussão de princípios gerais de como planejar, organizar, dirigir, controlar etc. Os administradores são essenciais a toda organização dinâmica e bem-sucedida, pois devem planejar, organizar, dirigir e controlar as operações do negócio. Qualquer que seja a organização - indústria, governo, Igreja, exército, supermercado, banco ou universidade - apesar das diferentes atividades, os problemas de selecionar gerentes epessoas, de estabelecer planos e diretrizes, ava-
liar resultados de desempenho e coordenar e controlar operações para alcançar objetivos desejados
são comuns a todas as organizações.
Os autores neoclássicos sepreocupamem estabelecer os princípios gerais da Administração capazes de orientar o administrador no desenvolvimento de suas funções. Esses princípiosgerais, apresentados sob for-
ma econteúdovariados por parte de cadaautor, procuram definir o processo pelo qual o administrador deve planejar, organizar, dirigirecontrolaro trabalho dos seus subordinados. Alvin Brown5 chegou acoletar 96 princípios gerais de Administração.

4. Ênfase nos objetivos e nos resultados
Toda organização existe, não para si mesma, mas para alcançar objetivos e produzir resultados. É em função dos objetivos eresultados que a organização deve ser dimensionada, estruturada e orientada. Daí a ênfase colocada nos objetivos organizacionais e nos resultados pretendidos, como meio de avaliar o desempenho das organizações. Os objetivos são valores visados ou resultados desejados pela organização. A organização espera alcançá-los por meio de sua operação eficiente. Se essa operação falha, os objetivos ou resultados são alcançados parcialmente ou simplesmente frustrados. São os objetivos que justificam a existência e a operação de uma organização. Um dos melhores produtos da Teoria Neoclássica é a chamada Administração por Objetivos (APO), de que trataremos mais adiante.

5. Ecletismo da teoria neoclássica
Embora se baseiem na Teoria Clássica, os autores neoclássicos são ecléticos, absorvendo o conteúdo de outras teorias administrativas mais recentes. Devido a esse ecletismo, a Teoria Neoclássica se afigura como umaTeoria Clássicaatualizada e dentro do figurino eclético que define a formação do administrador na metade final do século XX.
A Administração como Técnica Social

Para os neoclássicos, a "Administração consiste em orientar, dirigirecontrolar os esforços de um grupo de indivíduos para um objetivo comum. E o bom administrador é, naturalmente, aquele que possibilita ao grupo alcançar seus objetivos com o mínimo dispêndio de recursos e de esforço e com menos atritos com outras atividades úteis". A Administração é uma atividade essencial a todo esforço humano coletivo, seja na empresa industrial, na empresa de serviços, no exército, nos hospitais, naIgreja etc.
O ser humano cada vez mais necessita cooperar com outras pessoas para atingir seus objetivos. Nesse sentido, aAdministração é basicamente acoordenação de atividades grupais.

Eficiência e eficácia

Cada organização deve ser considerada sob o ponto de vista de eficácia ede eficiência, simultaneamente.
Eficácia é uma medida do alcance de resultados, enquanto a eficiência é uma medida da utilização dos
recursos nesse processo. Em termos econômicos, a eficácia de uma empresa refere-se à sua capacidade
de satisfazer umanecessidade dasociedade por meio do suprimento de seus produtos (bens ou serviços),
enquanto aeficiênciaéumarelação técnica entre entradas e saídas. Nesses termos, a eficiência é uma relação entre custos e benefícios, ou seja, uma relação entre os recursos aplicados e o produto final obtido: é a razão entre o esforço e o resultado, entre a despesa e a receita, entre o custo e o benefício resultante.
Contudo, nem sempre a eficácia e a eficiência andam de mãos dadas. Uma empresa pode ser eficiente em suas operações epode não ser eficaz, ou vice-versa. Pode ser ineficiente em suas operações e, apesar disso, ser eficaz, muito emboraaeficácia sejabem melhor quando acompanhada da eficiência. Pode também não ser nem eficiente nem eficaz. O ideal seria uma empresa igualmente eficiente e eficaz, a qual se poderia dar o nome de excelência.

Centralização versus Descentralização

A Abordagem Clássica não esteve totalmente a salvo de discussõesinternas. Enquanto aTeoria Clássica de Fayol defendia a organização linear caracterizadapelaênfase dadaàcentralização daautoridade, aAdministração Científica de Taylor defendia a organização funcional caracterizada pela descentralização da autoridade. O problema da centralização versus descentralização é um assunto amplamente
discutido pela Teoria Neoclássica. A centralização e a descentralização referem-se ao nível hierárquico no qual as decisões devem ser tomadas.
Centralização significa que a autoridade para tomar decisões está alocada próximo ao topo da organização. Com a descentralização, a autoridade de tomar decisões é deslocada para os níveis mais baixos da organização.

1. CentralizaçãoAcentralização enfatiza as relações escalares, isto é, a cadeia de comando. A organização é desenhada
dentro da premissa de que o indivíduo no topo possui a mais alta autoridade eque aautoridade dos demais indivíduos é escalada para baixo, de acordo com sua posição relativa no organograma. A cadeia
escalar ou cadeia de comando está intimamente relacionada com a unidade de comando.
Vantagens da centralização
Acentralização foi valorizada no passado devido às seguintes vantagens:
1. As decisões são tomadas por administradores que possuem visão global da empresa.
2. Os tomadores de decisão no topo são mais bem treinados e preparados do que os que estão nos níveis mais baixos.
3. As decisões são mais consistentes com os objetivos empresariais globais.
4. A centralização elimina esforços duplicados de vários tomadores de decisão e reduz custos operacionais.
5. Certas funções - como compras e tesourariapermitem maior especialização e vantagens com a centralização.
Desvantagens da centralização
Todavia, a centralização tem suas desvantagens, como:
1. As decisões são tomadas na cúpula que está distanciada dos fatos e das circunstâncias.
2. Os tomadores de decisão no topo têm pouco contatocomas pessoas esituaçõesenvolvidas.
3. As linhas de comunicação ao longo da cadeia escalar provocam demora e maior custo operacional.
4. As decisões passam pela cadeia escalar, envolvendo pessoas intermediárias e possibilitando distorções e erros pessoais no processo de comunicação das decisões.

2. Descentralização
A descentralização faz com que as decisões sejam pulverizadas nos níveis mais baixos da organização. A tendênciamodernaéno intuitode descentralizar para proporcionar melhor utilização dos recursos humanos. O princípio que rege a descentralização é assim definido: a autoridade para tomar ou iniciar a ação deve ser delegada tão próxima da cena quanto possí1vel. O graude descentralização é tanto maior quanto:
1. As decisões sejamtomadas nos níveis mais baixos da hierarquia.
2. As decisões mais importantes sejam tomadas nos níveis mais baixos da hierarquia.
3. Menor a supervisão sobre as decisões tomadas. A descentralização significa relativa autonomia e independência para tomar decisões. Ocorre quando nenhum controle direto é feito ao tomar-se uma decisão. A descentralização significa relativa autonomia e independência para tomar decisões.
A descentralização em si não é boanem má, indicável ou contra-indicável. Ela depende das circunstâncias.
Vantagens da descentralização
A descentralização permite que as decisões sejam tomadas pelasunidadessituadasnos níveis maisbaixos da organização, proporcionando um considerável aumento de eficiência. As vantagens que a descentralização pode proporcionar são:
1. Os gerentes ficam mais próximos do ponto onde se devem tomarasdecisões. Adescentralização corta os atrasos nas decisões causadas pelas consultas à matriz ou aos supervisores distantes. As pessoas que vivem os problemas são as mais indicadas para resolvê-los no local, economizando tempo e dinheiro.
2. Aumenta a eficiência e a motivação, aproveitando melhor o tempo e a aptidão dos funcionários, evitando que fujam à responsabilidade, porsermaisfácil recorrerà matrizouaochefe.
3. Melhora a qualidade das decisões à medida que seu volume e complexidade se reduzem, aliviando os chefes principais do excesso de trabalho decisório. Os altos funcionários podem concentrar-se nas decisões de maior importância, deixando as menores decisões para os níveis mais baixos.
4. Reduz a quantidade de papelório do pessoal dos escritórios centrais eosgastos respectivos. Além disso, ganha-se tempo: toma-se na hora uma decisão que levaria vários dias para ser comunicada.
5. Os gastos de coordenação podem ser reduzidos devido à maior autonomia paratomar decisões. Isso requer o estabelecimento de uma estrutura organizacional bem definida, além de políticas da companhia definindo até que ponto as unidades subsidiárias podem tomar suas decisões.
6. Permite a formação de executiyos lo-::ais ou regionais mais motivados e conscientes dos seus resultados operacionais. A estrutura descentralizada produz gerentes gerais em vez de simples especialistas.
Desvantagens da descentralização
A descentralização tem suas limitações e traz certas desvantagens, a saber:
1. Falta de uniformidade nas decisões. A padronização e a uniformidade favorecem a redução de custos operacionais. A descentralização provoca perda de uniformidade nas decisões. Porém, reuniões de "coordenação" entre os escritórios centrais eo pessoal regional que desempenha a mesma função podem reduzir esse problema.
2. Insuficiente aproveitamento dos especialistas. Em geral, os maiores especialistas de staffestão concentrados nos escritórioscentrais. Com a descentralização, atendênciaé pensar que já não se necessita da assessoria da matriz. O staff da matriz pode ser adequadamente utilizado desde que a direção defina as relações entre a matriz e o campo de atividades, a fim de encontrar o melhor equilíbrio entre as vantagens de aguardarachegadadoassessoramento superior e a ação no mesmo lugar.
3. Falta de equipe apropriada no campo de atividades. Ao proceder-se à descentralização, deve-se prover o treinamento. O melhor meio consiste na designação paulatina de funções, comprovandocomregularidadeaatuação para certificar-se de que as funções existentes foram assimiladas antes de acrescentar outras novas.



Introdução à Teoria Geral Da Administração - 7º ediçãoIdalberto Chiavenato

Nunca a teoria administrativa se tornou tão imprescindível para o sucesso do administrador e das organizações. A constante necessidade de inovação e renovação, a busca de flexibilidade e agilidade para proporcionar mudança e transformação, a adoção de novas idéias.
Além do mais, é oportuno salientar que a teoria administrativa formula suas proposições em função de duas condicionantes básicas: o tempo (história) e o espaço (distância). É esta a preocupação deste livro: oferecer uma visão das organizações e do seu contexto. 

Este livro é destinado aos estudantes de Administração e a todos aqueles que necessitam de uma base conceitual e teórica indispensável á prática administrativa. Dizer que estamos em uma época de mudança e de instabilidade parece até redundância ou afirmação prosaica. Contudo, o que importa é que, à medida que o ambiente se torna mais instável e turbulento - como está acontecendo no mundo de hoje -, maior a necessidade de opções diferentes para a solução dos problemas e situações que se alteram e se diferenciam de maneira crescentemente diversa.

A medida que o profissional que se dedica à Administração cresce e se desloca dos trabalhos meramente operacionais e orientados para o campo da ação e operação - em que utiliza apenas as habilidades práticas e concretas de como fazer e executar certas coisas de maneira correta e eficiente - para atividades administrativas orientadas para o campo do diagnóstico e da decisão - em que utiliza suas habilidades conceituais de perceber e de definir situações e equacionar estratégias de ação adequadas e eficazes para aquelas situações -, maior é a necessidade de se fundamentar em conceitos, idéias, teorias e valores que lhe permitam a orientação e o balizamento de seu comportamento, o qual influenciará poderosamente o comportamento de todos aqueles que trabalham sob sua direção e orientação.

Esta nova edição traz uma atualização completa do texto, trazendo ao leitor as últimas novidades da teoria administrativa e as indicações das tendências no moderno mundo organizacional. A idéia foi manter o Introdução à Teoria Geral da Administração como a bíblia do administrador em um mundo em constante mudança e inovação.

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